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Contraste
A primeira vereadora surda eleita na Paraíba e no Nordeste, Ana Kely, de Araçagi,participou, nesta quinta-feira (09) do II Conalec e I Encontro Paraibano de Câmaras Municipais que acontece até esta sexta-feira (10) no auditório Ariano Suassuna do Tribunal de Contas do Estado (TCE). As informações são da Câmara de João Pessoa.
Com ajuda de uma tradutora, a parlamentar afirmou que foi a primeira vez que chegou em um evento acessível na comunicação, que tem intérprete de libras. “Estou bastante feliz porque eu vou crescer em conhecimento”, comemorou.
A parlamentar afirmou que o aprendizado no evento, com debate de vários temas, vai ajudá-la no mandato e fortalecê-la diante das dificuldades que enfrenta no dia a dia. “Eu sou deficiente e sei a importância da acessibilidade”, pontuou.
Trajetória
A parlamentar explicou que a ideia de se candidatar a vereadora foi do pai, que já havia disputado uma eleição como prefeito, mas não venceu. Ela aceitou o desafio e viu a oportunidade de atuar em prol da acessibilidade. Kely registrou que ficou muito emocionada quando entrou na Câmara pela primeira vez.
“Estou lutando por acessibilidade na Câmara. Não é fácil. A gente encontra muitos obstáculos. Na cidade não tem intérprete de Libras e nós só conseguimos uma intérprete na Câmara e é muito difícil quando vou participar dos eventos”, afirmou.
A vereadora lembrou que muitas vezes há dificuldades para promover eventos em Araçagi por causa da falta de intérprete que, geralmente, tem que se deslocar de João Pessoa.
A parlamentar afirmou que está fundando na cidade a associação de pessoas com deficiência, cobrando praças acessíveis e apresentando requerimentos que contemplem melhorias para esse segmento da sociedade.
“Algumas pessoas, no começo, ficaram questionando: ‘como assim, uma vereadora surda ?!’. Mas meu pai, junto comigo, nós lutamos e nos elegemos e eu estou aqui para mostrar a diferença. Sou humana, sou mulher, tenho deficiência e a gente fica preocupada com todas as pessoas com deficiência que precisam ter acessibilidade em vários espaços”, argumentou.
Segundo ela, é preciso divulgar a inclusão, dar informações sobre acessibilidade nos municípios do interior e evitar que pessoas com deficiência sejam escondidas. “Nós temos espaço, temos nossas leis garantidas”, destacou.